terça-feira, 6 de março de 2012

VI Media Maratón de Mérida Património de la Humanidad

  Não tenho muitas meias maratonas no meu curriculum de atleta, mas tendo feito algumas de grande renome como a Meia Maratona da Nazaré e a Meia Maratona de Portugal, digo sem dúvidas nenhumas que a Meia Maratona de Mérida é a mais monumental que tenho realizado. O percurso é um Hino à História.

Domingo às 5.30 horas tocou o despertador, levantei-me, tomei um duche para revitalizar o corpo, equipei-me, meti o farnel num saco e lá fui eu a caminho de Mérida no meu “Ferrari Saterlet”. São 135 kms entre Barrancos e Mérida. Para quem não gosta de conduzir, acreditem que é mesmo muito. Mas a viagem foi boa; ao som da Europa FM e com praticamente nenhum trânsito cheguei a Mérida perto das 8.00 horas, consegui um estacionamento mesmo ao pé do Pabellon Guadiana e lá fui levantar o dorsal 797 com o nome Francisco Bossa.

Faltavam 90 minutos para a prova, então fui de passeio até ao centro da cidade passando pela ponte romana. Havia algum movimento de atletas, muita gente equipada e alguns locais a praticar atletismo e ciclismo no parque da cidade. Era hora de me preparar. Coloquei vaselina nos pés e nos mamilos (sexy), tirei o fato de treino, coloquei o dorsal, comi uma banana (já havia comido uma sandes à chegada), bebi mais um gole de água e já está; estava prontinho para começar. Faltavam 30 minutos. Fui até à zona da partida onde aqueci suavemente; cumprimentei alguns atletas do Atletismo Clube de Portalegre (afinal havia ali portugueses de qualidade) e lá estava na molhada… tanta gente, boa música, animador animado… não sentia dores, sentia-me solto… não havia desculpas para não bater o meu melhor tempo: 1 hora e 36 minutos.

Surgiu o tiro de partida. Não consegui sair rápido pois a multidão não deixava, só após o primeiro quilómetro que foi feito a mais de cinco minutos consegui entrar em ritmo para um bom tempo. O percurso é maravilhoso, não me canso de dizer isto, para fazer uma boa prova basta apreciar a paisagem e ligar as pernas em piloto automático. Com quatro quilómetros de provas já cruzámos as três pontes sobre o rio Guadiana e estamos próximos do primeiro abastecimento. Passo, apanho uma garrafa de água e sigo em bom ritmo. Ao quilómetro seis embalo para entrar no Circo Romano, uma autêntica pista de corta-mato; aqui estavam uns figurantes vestidos a romano… realmente parecia que tínhamos entrado na máquina do tempo… estávamos a fugir da nossa realidade, dos nosso problemas e ali estávamos nós em plena época dos Romanos; está de parabéns a organização. Saímos do Circo Romano e estávamos outra vez nas “calles” da bonita cidade de Mérida… 7 kms já estavam. Sentia-me muito bem de pernas mas com algum cansaço a nível de caixa; ía nos limites e assim prossegui até ao 10º quilómetro. Não levava o tempo certo mas faria abaixo da 1 hora e 36 minutos… mas estava a ficar cansado… abrandei um pouco, não muito. O percurso espetacular continuava, mas já pensava mais nos quilómetros que faltavam que na beleza da paisagem… faltam 2 quilómetros para o próximo abastecimento, 7 para o fim (20 kms) e 1 para a consagração (21 kms)!!! Quando começo a esmiuçar o percurso em pequenas etapas não é muito bom sinal. E lá continuei com essas contas quilómetro a quilómetro, acelerando nas pequenas descidas e sofrendo nas pequenas subidas (até as lombas para os carros eram para mim uma subida!!!). Ao quilómetro 19 um grande alento com nova passagem pelo interior do Anfiteatro Romano… fabuloso… estes “romanos” são loucos. Olho para o relógio vou com uma hora e meia por isso o objetivo é só ficar abaixo da uma hora e quarente. Aproximo-me do quilómetro 20, olho para o relógio que marca 1:35:15… entro em “parafuso”… faltam poucos metros… vou bater o meu record?!!!! Acelero… travo… opá ainda falta o último quilómetro… o da consagração… tinha-me esquecido deste!!!!! Mas lá fui descansadinho a um bom ritmo ao som de muitos e muitos aplausos com que os Emeritenses nos brindaram terminando a roçar a uma hora e quarenta.

Terminei e sentia-me muito bem. Apanhei o saco do atleta bem recheado de prendas e dirigi-me até à bancada das cervejas… recuei, ainda tinha de conduzir e a cerveja dá-me sono. Fui até à banca da coca-cola e bebi dois copitos, depois despedi-me do ACPortalegre e dirigi-me à minha viatura. Antes vi um aglomerado de pessoas a tirar fotografias… estava lá o grande atleta espanhol Abel Antón… também quis ficar no retrato. Estava feito.

E lá me dirigi à minha viatura já com a t-shirt da prova (havia feito “streap” em plena Plaça Mayor). Passei novamente a ponte romana (pela quarta vez) e, desta vez parecia interminável… fiz uma corridinha e cheguei ao meu “starlett”. Não queria pegar… pegou à quinta tentativa… ufffff. E pronto regressei a casa a média velocidade novamente ao som de Europa FM. Fiz 270 kms de carro!!!! Quem me conhece sabe que só faria essa distância para fazer algo que me goste mesmo: atletismo.
Quanto ao objetivo de baixar 1.36 na meia maratona só o conseguirei se treinar especificamente para esse objetivo… com o tipo de treinos que faço 1.39 é o meu tempo, pois nas últimas 4 meias maratonas o fiz em três vezes. Para já tenho outros objetivos… mas este não está esquecido.

Só por curiosidade terminei no 404º lugar, 80º no escalão, com o tempo de chip de 1.39.43 num conjunto de 912 finalistas.

3 comentários:

  1. Parabéns Francisco!
    Não deu para recorde pessoal, mas com certeza deste o teu máximo!
    A prova realmente é espectacular! Os monumentos históricos e o constante apoio do público dão mesmo muita força!
    Só um reparo, ao km 19 não passamos pelo circo romano, é o anfiteatro romano...
    Até uma próxima! Bons treinos

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  2. Obrigado Hélder. Já alterei. Alguns de vocês até ao quilómetro 10 foram a minha "cenoura"... depois quebrei e não deu mesmo.

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  3. Muito bem. Hora e 39, hora e 37, hora e 10. hora e 59, que interessa isso aos romanos? O que interessa é de facto estas sensações que nos é dado experimentar quando participamos nestes eventos. Parabéns e também por lá me arrastei e aos 13 ainda parei ... vai ... não vai ... para desistir. Depois pensei, "porra" se ainda na semana passada andaste quase 5 h num trail, com cãimbras a partir do meio da prova que chegaste a ficar deitado no chão com espasmos, vais agora desistir numa meia só porque tens de abrandar de 4.30 o Km para 4.45 ou 5!? Lá fui e agora ando todo feliz a treinar com as lindas camisolitas azuis que lá nos deram! Até breve!

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