Não sei qual a razão mas sou um
apaixonado pelos dorsais das provas que faço. Tenho-os todos religiosamente
guardados, são um troféu, já que não ganho outros! Por norma gosto de ter
dorsais com números baixos, daí inscrever-me com antecedência em muitas provas.
Na primeira edição do Trail Terras de
Sicó corri pela primeira vez pelo Mundo da Corrida, daí o valor sentimental
desta prova para mim. Sendo assim, decidi inscrever-me com rapidez na terceira
edição de forma a conseguir um dorsal com um número baixinho… fui informado que
seria o Dorsal 1.
O Dorsal 1?!!!! Eu?!!!! Quem é que usa o
dorsal 1? Normalmente o vencedor da edição anterior, um grande campeão, alguém
que já deu muito por uma determinada prova… enfim, alguém VIP. Agora eu com o
Dorsal 1?!!!!
Honestamente sei que não sou merecedor
de tamanha honra… eu sou um simples atleta do meio do pelotão. Inicialmente
pensei em renunciar a este número; ainda alertei a minha equipa. Mas afinal foi
bom ser o Dorsal 1; e isso demonstra algo que eu já sei: nesta modalidade somos
todos iguais, somos todos campeões… desde o mais rápido do pelotão até ao mais
simples “caracol”.
Para terminar vou contar algo que resume
bem este meu pensamento. Ao passar em Condeixa-a-Velha, no regresso, um senhor
viu que eu era o dorsal 1 e pediu-me para me tirar uma fotografia. Eu disse-lhe
que era um dorsal 1 muito fraquinho.
“Fraquinho?!!! Vocês são todos uns
grandes campeões.”
E somos mesmo: fazemos provas sem
destino, galgamos montanhas sem fim, corremos na areia, no asfalto, na terra ,
na lama… afinal todos merecemos o dorsal 1; no dia 26 nos III Trilhos Terras de
Sicó coube-me a mim essa honra.
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